Organizando as ideias — Parte 1

em sexta-feira, 24 de julho de 2015 |
Oi, gente! 
Eu vim aqui hoje com dicas de escrita e não ortografia ou gramática, mesmo que estes dois tópicos estejam diretamente ligados ao primeiro. 
  • Coesão e Coerência.
Essas duas lindezas, muitas vezes esquecidas ou desconhecidas, são extremamente necessárias na hora de escrever. Acredito que a maioria das pessoas sabe o que é coerência, certo? Vejam:
  1. Fui no shopping comprar carne para a reunião da empresa no sábado. 
Tem coerência? Não, afinal não faz o menor sentido, não é? Afinal, para que comprar carne no shopping para a reunião da empresa? No entanto, há coesão, mesmo sem coerência. 
Coerência é quando o sentido da frase existe, ou seja, quando a frase faz sentido. Coesão é quando os termos da sentença estão conectados, completando um ao outro, não necessariamente fazendo sentido. Por isso o exemplo tem coesão e não coerência. 
PS: é bem difícil existir coerência sem coesão, já que a primeira depende da segunda, e a segunda não depende da primeira.

  • Parágrafos.
Parágrafos muito longos e parágrafos muito pequenos são entediantes. SIM! Parágrafos pequenos são entediantes, e muito. Afinal, um parágrafo é a junção de ideias em sequência e que se completam, e se for muito pequeno, evidencia a falta de ideias, enfraquecendo a escrita. 
"Ah, mas e se o parágrafo for só de uma frase?" Depende, qual frase é essa? É impactante, ou reforça todo um parágrafo em uma linha só? Se sim, então tudo bem. Se não, esqueça isso imediatamente. 
Saiba como dividi-los, não use no mesmo parágrafo uma explicação do autor sobre como se sente e como está o tempo. Falta coesão, afinal, os elementos, as ideias, não estão se completando. 
PS: peça ajuda a uma beta, ela saberá como lhe ajudar com esse e muitos outros tópicos. 

  • Narração. 
A dúvida que não cala jamais quando começamos a escrever: primeira ou terceira pessoa?
A resposta é simples: com qual das duas maneiras você se dá melhor? É primeira, então faça em primeira pessoa. É em terceira? Então faça em terceira pessoa.
 "Mas eu quero mostrar a visão dos dois, três, quatro, n, personagens, mas me dou bem em primeira pessoa." Arrisque-se! Escreva em terceira pessoa então.  "Posso usar os POV's?" Eu diria que não. A menos que, a cada capítulo, seja o POV de um personagem. Se quiser mudá-lo dentro do mesmo capítulo, use narrador onipresente. 
"Eu só sei escrever em terceira pessoa, mas gostaria de focar em um personagem só..." Primeira pessoa! Arrisque-se também. Acha que Dan Brown, J.K. Rowling, Suzanne Collins não se arriscaram? Ou que George R.R Martin sempre escreveu daquela maneira? Talvez sim, talvez não, mas arrisque-se. Se não ficar bom, paciência, comece de novo. Nem sempre o risco é bom na primeira tentativa. 
PS: POV é a sigla para Point of View que, em inglês, significa Ponto de Vista. 

  • Personagens.
A história é focada em quantos personagens? Um, dois, três, mais? Se for focada em dois, tudo bem, é fácil manter a linha, mas se for em três ou mais, cuidado! Tente equilibrar as histórias, não preferencie um determinado(s) personagem(ns) para não esquecer os outros. 
Se sua história tem como foco principal a vida de seis amigos com vinte e poucos anos vivendo em Nova York, amadurecendo e conhecendo a vida adulta, não foque em dois ou três deles. Na sua sinopse diz que é a vida de seis e não de metade deles. Caso saiba que, ao desenvolver da trama, não conseguirá focar em todos, escolha principais e deixe o resto em segundo plano, como coadjuvantes. 

  • Enredo.
Se na sua sinopse diz que é uma história que trata de gângster, mafiosos, o caralho a 4, não faça personagens fofos. Um gângster jamais, jamais, será fofo com você, então ele não será fofo com a personagem. Crie um enredo realista, com coisas que são realmente possíveis de acontecer no meio em que a história acontece. 
Não faça um mafioso largar essa vida porque está apaixonado pela mocinha. Isso n-u-n-c-a irá acontecer no mundo real, então não crie esse tipo de coisa no fundo da fantasia. Mantenha a linha entre literatura e realidade tênue. 
Caso vá escrever sobre alguma doença, síndrome, ou qualquer coisa assim, pesquise. Pesquise o máximo que puder sobre o assunto. Leia livros, revistas, artigos, veja vídeos, entrevistas, se possível, até converse com pessoas que possuem a doença sobre a qual você irá tratar. Jamais escreva sem saber de nada, alguém que realmente sabe pode ler e as coisas não vão ser legais. 
PS: Tente ao máximo não fugir da ideia original. Não mude a personalidade dos personagens do dia para noite, não os transforme de água em vinho.

  • Ortografia e Gramática.
Está tudo junto, porque é um assunto delicado. Alguns escritores parecem temer a língua portuguesa, ou até odiá-la, matando-a em cada linha das histórias. GENTE! Não precisa disso tudo. Leia mais livros, não necessariamente sobre português (mas não deixe o dicionário de lado). Recorra ao seu(a) professor(a) de português quando alguma dúvida aparecer a respeito de uma palavra e seu significado ou sua escrita. Pode ter certeza que ele(a) vai ficar muito feliz em saber que você o(a) está procurando para aprender mais. 
Antes de postar qualquer capítulo, revise- milhares de vezes se precisar. Mande para mais pessoas, quanto mais lerem, melhor; outros olhos verão seu texto e poderão encontrar erros que você mesmo não viu. Ainda depois disso, mande para uma beta. Ela é a pessoa mais aconselhada e, às vezes, mais indicada para lhe ajudar. Converse com ela, diga o que quer que mude/corrija/aponte como errado. Peça dicas e ajudas. Não tenha vergonha de não saber. Ninguém irá lhe julgar e a maioria das pessoas ficam imensamente felizes em ajudar alguém. 

  • Tamanho. 
"Tamanho do que?" Tanto da história em si, como dos capítulos. Tudo bem que um capítulo de um livro tem mais de 5 mil palavras, mas ler isso em uma tela de computador/celular/tablet cansa, não é? Então saiba balancear isso. Se um capítulo requer um pouco mais de informação, aumente-o. Se não precisa, não encha linguiça e faça do tamanho que precisar. 
Como dito, não encha linguiça. Nunca! É uma das piores coisas que existem; ler um capítulo que fala muito e não fala nada. 
O tamanho ideal é de acordo com o tema tratado. Se for algo mais leve, voltado para o romance, fru-fru, coisas doces, entre mil e duas mil palavras é ótimo. Se for algo mais pesado, com um enredo 'dark', que envolva conflitos entre personagens, entre duas e três mil palavras. Estipule um valor máximo que, no meu caso, não deixo passar de 3k de palavras. Entretanto, isso é pessoal. 

Sete tópicos está bom para o primeiro post, não é? Pretendo fazer mais, afinal, são várias coisas que ainda precisam ser ditas. Então, se quiserem uma "Parte 2", avisem! 
Finalmente, lembrem-se que qualquer dúvida, sugestão, reclamação ou crítica a respeito do post, vocês têm total liberdade para falarem comigo. 
Beijos e espero que vocês tenham sido ajudados!

6 comentários:

  1. Gostei muito :)

    Os meus capítulos, a maioria é entre 3.000 e 4.000. Mas realmente, se for um assunto mais leve, apenas cerca de 2.000.

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  2. Que bom que gostou!
    Como eu disse, o tamanho do capítulo é algo definitivamente pessoal. Acredito que focar em desnecessidades num capítulo de 4.000 palavras é perder leitores auhea.

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  3. Sou uma autora ruim.... Já fiz um capítulo de 7k e lá vai porrada heuehuehe, mas escrevo tanto em terceira como primeira pessoa.
    Dorei, Day ;3

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  4. 7k? SETE? Eu ia levar uns três dias pra ler. Mas sério, me ensina a escrever bem dos dois jeitos?
    Que bom que dorou, preta ❤

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  5. AMEI! Vou ter isto em mente quando for escrever meus capítulos .
    Adoraria uma "parte 2".
    XOXO

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  6. Fico feliz que tenha gostado! Tenha isso em mente mesmo kkkkk.
    Vou arrumar uma parte 2!
    Xx.

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